Rússia e Ucrânia trocam novos ataques com drones

por Cristina Sambado - RTP
Sofiia Gatilova - Reuters

A Rússia acusa a Ucrânia de lançar 93 drones contra três das suas regiões na noite de terça-feira. Por outro lado, Kiev acusa Moscovo de ataques "deliberados" contra instalações energéticas do seu país.

O Ministério russo da Defesa indicou que 87 veículos aéreos não tripulados foram destruídos em Kursk, onde continua uma operação militar de Moscovo para expulsar as tropas inimigas que entraram na região russa a 6 de agosto. Mais seis drones foram abatidos nas regiões fronteiriças de Rostov e Belgorod.

O governador em exercício de Kursk, Alexander Khinshtein, escreveu na rede social Telegram que fragmentos de um drone caíram num edifício residencial terça-feira à noite, obrigando à retirada de cerca de 60 pessoas.

“Felizmente, não há vítimas”, acrescentou.

Na terça-feira, a Rússia acusou as Forças Armadas ucranianas de continuarem a bombardear infraestruturas energéticas em território russo, apesar de uma moratória sobre os ataques contra tais instalações.

Relatórios diários do Ministério da Defesa dão conta que o exército ucraniano "ataca unilateral e diariamente" instalações energéticas russas.A Ucrânia e a Rússia acordaram com os Estados Unidos uma pausa nos ataques às infraestruturas energéticas uma da outra, no entanto mantém as acusações de violar o eventual acordo de cessar-fogo.

Também esta quarta-feira, força aérea ucraniana afirmou que a Rússia lançou 74 drones em um ataque noturno.

Os sistemas antiaéreos abateram 41 veículos aéreos não tripulados no norte, sul e leste da Ucrânia, e 20 drones não atingiram seus alvos, provavelmente devido a contramedidas de guerra eletrónica.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou ataques russos “deliberados” contra instalações energéticas no seu país.


Ataques russos danificaram instalações de energia nas regiões ucranianas de Sumy e Dnipropetrovsk, esclareceu.

“Uma nova vaga de ataques deliberados e de danos nas instalações energéticas”, declarou Volodymyr Zelensky no X, acrescentando que esta situação provocou cortes de eletricidade localizados.

“A natureza sistemática e constante dos ataques russos é uma indicação clara de que Moscovo despreza os esforços diplomáticos dos seus parceiros. Putin nem sequer quer assegurar um cessar-fogo parcial”, acrescentou.

Um drone atingiu uma subestação na região nordeste de Sumy e fogo de artilharia danificou uma linha de energia na região central de Dnipropetrovsk, cortando a eletricidade para quase quatro mil consumidores, esclareceu Volodymyr Zelensky.

Os ataques russos desta madrugada provocaram também um morto e dez feridos nas regiões de Zaporizhia e Kharkiv.

Um homem de 45 anos morreu e um homem de 44 anos e uma mulher de 39 anos ficaram feridos por um “drone inimigo” que “atacou” carros estacionados à porta de uma casa em Zaporizhia, disse Ivan Fedorov, o governador militar da região, no Telegram.

Na cidade ucraniana de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana perto da fronteira russa, o presidente da câmara Igor Terekhov informou que oito pessoas ficaram feridas no que o governador regional Oleg Synegoubov descreveu no Telegram como um “ataque maciço de “drones inimigos”.

Entre os feridos está um bebé de nove meses, um rapaz de 7 anos e uma rapariga de 16 anos.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e tem travado uma guerra sangrenta e brutal de três anos. Ambas as partes negam ter como alvo os civis, afirmando que os seus ataques têm como objetivo destruir as infraestruturas da outra parte, cruciais para os esforços de guerra.
Funcionário russo vai a Washington
Um alto funcionário russo deve visitar Washington esta semana para conversas com a Administração de Donald Trump, segundo afirmou uma fonte familiarizada com o plano à agência Reuters.

Kirill Dmitriev, o chefe do fundo soberano da Rússia, que foi nomeado no mês passado como enviado especial da Rússia para a cooperação econômica e de investimento internacional, se reunirá com o enviado especial dos EUA Steve Witkoff, disse a fonte, sob condição de anonimato.


O encontro foi noticiado anteriormente pela estação televisiva CNN, que disse que Dmitriev e Witkoff vão manter conversações sobre o reforço das relações entre os dois países, na tentativa de acabar com a guerra na Ucrânia.

A Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA não forneceram comentários de imediato.


A viagem de Dmitriev será a primeira vez que um alto funcionário russo visita Washington para conversações desde que Rússia invadiu a Ucrânia em 2022.

A visita segue-se às recentes conversações telefónicas entre o presidente dos EUA e o presidente russo, e ocorre no momento em que Donald Trump prevê, brevemente, um encontro com Vladimir Putin.

c/ agências
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